terça-feira, 12 de outubro de 2010

CONIVÊNCIA

Choro e não tenho vergonha de dizer
Choro ao ver a criança faminta, suja, pedindo na esquina
Choro pela criança barriguda, virada em ossos, da África, ou do mundo
Choro pela ignorância de quem se satisfaz com migalhas, sem saber de seus direitos
Choro pelo velho de olho desbotado pela desesperança que o tempo nele fez brotar
Choro pela mulher triste, sozinha, rosto rebocado, tentando esconder marcas do tempo, destruidor inclemente
Choro pela mulher injustamente chamada devassa, sabe-se lá o que lhe vai na alma,
Por todos aqueles que perderam a esperança, força maior que nos move
Choro por todos esses e não tenho vergonha de chorar

A vergonha que sinto é de nada fazer,
não importa se vai adiantar, IMPORTA FAZER.

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